(Atualizada às 10h do dia 16/10 - A versão original desta
reportagem dava a entender que a presidente da Sabesp, Dilma Pena,
afirmou que a água do sistema Cantareira acabaria totalmente em
novembro, quando ela se referia ao estoque do primeiro volume morto. O
texto foi alterado para refletir com precisão a declaração da presidente
.)
A presidente da Sabesp, Dilma Pena, afirmou nesta quarta-feira que
com o atual ritmo de consumo e a falta de chuva, a água do primeiro
estoque do "volume morto" deve acabar em meados de novembro. Apesar de
admitir a crise hídrica, ela prevê a volta das chuvas a partir do dia 20
deste mês e conta com as obras para a captação da segunda cota do
volume morto no Sistema Cantareira para evitar o desabastecimento
generalizado. “Temos disponibilidade suficiente para atender a população
na atual situação até meados de novembro”, disse a presidente do órgão,
em seu segundo depoimento à CPI da Sabesp na Câmara Municipal da
capital paulista.
A previsão de Dilma está em linha com a do Instituto Nacional de
Meteorologia (Inmet), que apontou o clima quente e seco na capital até o
final desta semana. Depois, a chegada de uma frente fria deve provocar
chuvas na região. A Sabesp está à espera de autorização judicial para
usar a segunda cota do volume morto do Sistema Cantareira, que opera a
4,5% da sua capacidade. Desde o início do ano, o nível do reservatório,
que abastece 6,5 milhões de pessoas da Grande São Paulo, vem caindo
exponencialmente. Ela disse ainda que a companhia está fazendo uma obra
capaz de aumentar o nível do Sistema Cantareira em até 12%, com a
captação da segunda cota do volume morto. “Temos uma obra já licenciada,
em fase de finalização, para disponibilizar 106 milhões de metros
cúbicos para o Cantareira", afirmou.
Indagada sobre frequentes
queixas de falta d'água
em diversas regiões de São Paulo, ela voltou a negar que haja
racionamento e disse que a situação está "sob controle". No primeiro
depoimento, ela negou o racionamento, mas admitiu que a empresa estava
reduzindo o bombeamento de água durante a noite. A ação teria afetado principalmente as partes mais altas da cidade.
Leia também: Sabesp descumpre ordem e não libera mais água para Campinas
Questionada se dividia a responsabilidade do desabastecimento com o
governador reeleito Geraldo Alckmin (PSDB), Dilma Pena respondeu que
tanto o governador como os funcionários da companhia estão empenhados em
resolver a questão. "Este problema eu divido com a diretoria colegiada
da Sabesp, com os nossos superintendentes, que estão trabalhando de 12 a
18 horas ininterruptas por dia, com o governo de administração, com o
governo do Estado de São Paulo e com a sociedade paulista”, disse.
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Dilma Pena disse ainda que o objetivo central da companhia não é
gerar lucro, mas que não falte água. "Temos uma companhia eficiente, que
não visa lucro, mas usa de seu status de empresa para obter
financiamentos mais baratos", disse a executiva, procurando defender a
Sabesp das acusações de que a administração financeira como vem sendo
conduzida se chocaria com a sustentabilidade do recurso hídrico e com a
ideia de que o abastecimento de água é um serviço público fundamental.
Depois, questionada sobre sua declaração de que a Sabesp "não visa
lucro", Dilma esclareceu que se referiu ao fato de que a missão da
companhia inclui item que diz que não pode faltar água."Essa é a
primeira premissa da Sabesp,e fazemos tudo pra que não falte", disse.
Na última sexta-feira, a Sabesp enviou plano de operação aos órgãos
reguladores no qual afirma que reduzirá a vazão do Cantareira para
18.500 litros por segundo a partir de novembro e que isso possibilita o
aumento de ocorrências de falta d'’água. Na prática, contudo, a Sabesp
já tem retirado 18.300 litros por segundo do manancial neste mês.
Justiça - Há duas semanas, o Ministério Público
Federal e o Ministério Público de São Paulo entraram com uma ação civil
pública na Justiça pedindo a "revisão imediata" da retirada de água do
Sistema Cantareira pela Sabesp e a proibição da captação integral da
segunda cota do volume morto do manancial, além da exclusão da estatal
da função de assessoramento do comitê contra a crise. Além da Sabesp, a
ação citava como réus a ANA e o Departamento de Águas e Energia Elétrica
de São Paulo (DAEE), órgãos reguladores.
Na sexta-feira, o juiz federal Miguel Florestano Neto, da 3ª Vara
Federal em Piracicaba, acolheu parcialmente a ação e determinou que a
ANA e o DAEE revissem as vazões de retirada do Sistema Cantareira pela
Sabesp e proibiu a captação da segunda cota do volume morto do
manancial. Segundo a decisão judicial, ANA e DAEE, que são os órgãos
reguladores do manancial, deverão definir limites para as novas vazões
de retiradas realizadas pela Sabesp com o objetivo de que o Cantareira
chegue ao final de abril de 2015, quando começa o próximo período de
estiagem, com, no mínimo, 10% do volume útil original.
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